sexta-feira, 18 de abril de 2008

O XAMANISMO

A palavra xamâ que deriva da palavra “saman” é proveniente das tribos da Sibéria, sendo semelhante à palavra “sramana” da língua sânscrita e que significa “inspirado pelos espíritos”.
Um verdadeiro xamã nunca se intitula como tal. São as provas que ele dá no atendimento a quem o procura que dizem se ele é ou não um verdadeiro xamã. O xamã pode ser um homem ou uma mulher.
Nas tribos onde ainda hoje se pratica o xamanismo, o aprendiz passa por um longo período de aprendizado. Quase sempre ele aprende as várias técnicas pela mão de um xamã mais velho, mas isso não o torna de imediato um xamã, tal como nas nossas modernas sociedades um curso de fim-de-semana não torna o aluno apto a ser um xamã.
O xamã é como um guerreiro que com as suas armas espirituais actua na realidade não habitual que afecta a realidade concreta.
Antes de se tornar um xamã o candidato tem que passar por um longo caminho de morte e renascimento. Leva tempo até que o xamã transforme a sua vida e consiga a sua cura. Então ele assume a responsabilidade de viver em harmonia com a Mãe Natureza, ajudando a quem o procura.
As origens do xamanismo perdem-se no tempo, pensando-se mesmo que elas são tão antigas quanto a origem da aventura humana na Terra, elas remontam à Idade da Pedra, sendo um precioso legado da humanidade e uma dádiva dos Deuses.
Muitas das pinturas rupestres encontradas ganham significado quando vistas à luz do xamanismo, havendo mesmo correntes que afirmam que elas seriam feitas no decurso de cerimónias xamânicas. Assim, muitas das pinturas de homens meio humanos, meio animais, podem bem ser a representação da viagem que o xamã faz em mundos da realidade não habitual, a chamada viagem xamânica, o estado alterado de consciência em que o xamã entra para trazer a cura a quem o procura.
Para entrar em estado alterado de consciência o xamã usa o poder das ervas ou, como é o caso do xamanismo praticado pelas modernas sociedades, o batuque do tambor e do chocalho em ritmo compassado, mais usualmente o ritmo do coração. E assim, ao som dessa cadência, ele entra em contacto com uma outra realidade.

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